quinta-feira, fevereiro 10, 2011

Rumo ao júbilo

Rita Helena

Aposentar é uma fase pela qual todos os servidores públicos passarão um dia.

É um tema polémico em que o Estado tenta a cada governo mudar as regras para dificultar a merecida e jubilosa aposentadoria das pessoas que trabalharam e contribuíram com os valores determinados para esse fim.

Quando iniciei a minha trajetória profissional e deparei com pessoas, que talvez tivessem a minha idade hoje, e, já podiam se aposentar, pensava que quando eu tivesse a idade delas não pensaria duas vezes em me aposentar. As coisas não são bem assim.

Quando se tem dezoito anos e encontramos pessoas com cinquenta anos ou mais achamos que essas pessoas são velhas. Já deram o que tinham que dar. Pura ignorância da mentalidade dos jovens que se sentem os poderosos e os melhores.

Quando percorrem a sua estrada podem comprovar que as dificuldades existem e que o caminho é longo, tortuoso e cheios de surpresas.

Hoje em dia, se alguém se refere a idoso com cinquenta anos eu me intrometo na conversa e discordo plenamente. Idoso só a partir dos oitenta anos. Ha! Ha! Ha!

Acho que o servidor público deve, se possível, se aposentar com saúde, para aproveitar o merecido descanso com sua família, que muitas vezes, ficou em segundo plano em detrimento das obrigações com o trabalho.

Agora, que jubilação soa melhor que aposentadoria isso não posso negar. Aposentar parece deixar algo de lado. Colocar à parte de forma pejorativa.

A pessoa ao se aposentar merece todos os júbilos e homenagens por toda uma vida de dedicação ao que se propôs realizar com ética, profissionalismo, orgulhando-se pelos resultados alcançados.

Quando chega a hora, sempre pinta alguma dúvida. Como será a minha rotina quando eu me aposentar?

Levando-se em conta que, ainda sou uma senhora jovem, bem disposta, e com uma bagagem de 33 anos de serviço público, sinto dificuldade de tomar uma atitude que não terá volta.

O que fazer depois? Virar dona-de-casa? Encher o saco da empregada? Reparar nos defeitos dos filhos, do marido e da cachorra? Ninguém vai me aguentar!!! Ficaria insuportável a convivência com a recém-aposentada.

Ou, o que seria pior? Despejariam em cima de mim outras mil atribuições por eu estar aposentada. "Mãe, você pode me levar ali?, você pode me buscar acolá?"

Tenho cunhadas e amigas que já estão aposentadas e elas vivem dizendo que não têm tempo para nada. O dia fica curto para tantos afazeres, que nem sempre foram realizados para elas.

Agora, se eu pudesse fazer o que a minha amiga super poderosa Florzinha está fazendo, aí seria muito bom. Viajar e viajar.... Eu ia me esbaldar, conhecendo as belezas desse nosso Brasilzão.

Mas, cá prá nós, ainda não dá para abandonar os filhos e o marido e saí viajando por aí, não.

Planejar a aposentadoria pesando os prós e os contras acredito ser ainda a melhor opção.